A Dra. Iolanda Jordán é pediatra na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Sant Joan de Déu de Barcelona, onde pertence à equipe de pesquisa de doenças infecciosas pediátricas. Durante 4 anos foi vice-presidente da área científica da Sociedade Catalã de Pediatria. Professora associada na Universidade de Barcelona.
A Dra. teve uma participação importante na concretização do convênio assinado entre a Sociedade Catalã de Pediatria e a Fundação Practicum. Que significado tem para você que esse acordo acadêmico se tenha concretizado?
Como vice-presidente científica (da Sociedade Catalã de Pediatria), a colaboração com uma instituição como a vossa, que se desenvolveu a nível internacional foi, sem dúvida, um grande evento para a atividade científica e docente da Sociedade Catalã de Pediatria. A verdade é que Practicum nos foi apresentado como uma instituição de utilidade pública, com a missão de promover a docência, em uma plataforma totalmente inovadora, e assim suscitou um grande interesse na nossa sociedade. Além disso, estivemos analisando todo o percurso de Practicum, e é absolutamente relevante e destacável, sobretudo no aspeto docente. E também o fato de que já tenha o apoio de sociedades de reconhecido prestígio, como a European Union of Medical Specialists ou o próprio Ministério da Ciência e Inovação a nível nacional, ratificam que é uma plataforma excelente na formação acadêmica.
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Graças a esse convênio, 86 residentes de pediatria catalães já estão utilizando Practicum Script. Que benefícios para a formação curricular desses profissionais pensa que lhes podem ser proporcionados pelo uso dessa ferramenta?
O mais importante é que, nos últimos anos, existe um fator que se destaca na formação em geral, sobretudo quando falamos de formação de pessoas adultas, e em concreto, com profissionais de saúde, a necessidade de enfatizar muito o assunto da repetição, da simulação, e do treinamento de capacidades. Dá-se sempre o exemplo dos esportistas de elite, que sabem fazer bem o seu esporte, e apesar de tudo continuam treinando, continuam repetindo e continuam a sua formação. Portanto, se extrapolarmos isso para o mundo da medicina, onde o treinamento tem que ser ideal porque senão os pediatras, ou os médicos em geral, não funcionarão tão bem, é imprescindível uma plataforma como a vossa. Efetivamente, quando um residente (e tendo em conta que existem 86 pediatras residentes utilizando esta plataforma) iniciam o seu caminho deparam-se com situações clínicas que, em muitos casos, nunca tinham imaginado. Atualmente, o curso de Medicina é muito tradicional, é estudar e memorizar doenças concretas, e não se enfatiza suficientemente a formação para tomar decisões e a abordagem de síndromes, que é um pouco o que se obten com Practicum.
Penso que a principal utilidade da vossa plataforma é a conexão do conhecimento teórico de que dispõe e a prática clínica, de maneira que é evidente que facilita ao médico, e sobretudo ao médico em formação, o desenvolvimento do seu trabalho com maior liberdade e principalmente facilidade em ter algoritmos mentais que ajudam a tomar decisões no cotidiano.
Ao longo do curso, os residentes têm que tomar decisões em 300 cenários clínicos diferentes, porém de forma inócua por serem casos reais e em um ambiente simulado. Você acredita que existe atualmente uma oferta suficiente desse tipo de formação para as futuras gerações de especialistas?
Embora esteja clara a ideia de que um novo caminho deve ser aberto na docência e, embora opções estejam sendo desenvolvidas, não existe nenhuma ou há muito poucas que façam a gestão da docência como a vossa. O problema é que toda inovação no ensino gera problemas pelo alto custo quando se envolve simulação ou aprendizado baseado em problemas. É muito caro a nível econômico e ao nível das pessoas que precisam estar implicadas, e ainda se limitam sempre a grupos reduzidos de pessoas, pois caso contrário não são úteis. Exemplos claros são a simulação, os grupos de gestão de crises, as avaliações clínicas objetivas e estruturadas (ACOE), que são ótimas, mas que, no mundo real, se tornam pouco fatíveis e complicadas.
Por isso, Practicum é, nesse sentido, muito inovador e é uma plataforma que aborda objetivos docentes de forma muito adequada e, por ser online, permite eliminar ainda toda a parte presencial e toda a dificuldade que oferece ao conectar-se a outro tipo de plataformas ou em outro tipo de aprendizados, que podem ser muito úteis, mas, na hora da verdade, são muito difíceis de pôr em prática.
Além disso, o fato de que seja online, com os horários que os profissionais de saúde têm em geral, e o médico residente em concreto, faz com que seja ótimo. Pode chegar em casa, depois do plantão e quando quiser dispor da plataforma, quando tiver oportunidade para isso.
“Embora se estejam desenvolvendo opções, não existe nenhuma ou há muito poucas que façam a gestão da docência como Practicum Script"
Considera que esse exercício de tomada de decisões em uma ampla variedade de cenários clínicos simulados pode ajudar os residentes a encurtar seus processos de maturação profissional?
A resposta é claramente afirmativa. Como dizia, a repetição é um fenómeno muito importante no aprendizado, e sobretudo para os médicos residentes. O fato de “enfrentar” 300 situações clínicas diferentes torna evidente que há um treinamento de fundo em algoritmos diagnósticos, de tratamento, de exames complementares, que certamente lhe permitem adquirir agilidade para depois aplicá-las a cenários reais. Com certeza que sim.
Mais ainda, outra vantagem é que permite homogeneizar aprendizados, e no sentido de que nem todos os residentes podem passar pelas diferentes subespecialidades pediátricas, nesse caso. Dessa maneira, há campos que há ainda que estudar. Por outro lado, nessa plataforma existe um leque de possibilidades enormes, com diferentes tipos de casos clínicos, com diferentes subtemas. Com isso adquirem experiência em campos que de outra forma ficariam vazios na sua formação. Permite ainda enfrentar situações muito diferentes que talvez no seu cotidiano nunca cheguem a encontrar. Talvez nunca cheguem a ver, por exemplo, uma cetoacidose diabética ou outras coisas, e por isso nesse campo terão que tomar decisões mais complicadas.
O fato de que os residentes tenham que enfrentar casos clínicos controversos, nos quais há mais que uma solução válida para o mesmo paciente, pode ser útil para a sua prática futura como especialistas?
Com certeza que sim. Efetivamente isso é um aspeto muito relevante de Practicum. Os pacientes reais normalmente não são pacientes polarizados em branco e negro, mas têm sim aspetos da doença ou da forma de apresentar a doença que podem complicar as decisões. De maneira que, perante casos controversos, pode não existir uma verdade absoluta nesse sentido extremo de branco e negro de que falava, tanto na suspeita diagnóstica como nas provas complementares; o que sim é imprescindível é que, embora seja controverso, saiba questionar as suas hipóteses diagnósticas, e é nisso que Practicum também ajuda. A partir daqui, as árvores de ação que derivarão de cada uma delas, o que penso que é um dos objetivos principais da plataforma.
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